Cirurgia Oncológica - Oncologia Cutânea
Cirurgia Oncológica - Oncologia Cutânea
O melanoma é uma forma de câncer de pele que se origina nos melanócitos, as células responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele. Embora seja menos comum do que outros tipos de câncer de pele, como o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular, o melanoma é reconhecido pela sua maior agressividade e potencial de metástase, o que o torna a forma mais letal de câncer cutâneo. A compreensão de sua epidemiologia, dos fatores que contribuem para o seu desenvolvimento e das abordagens terapêuticas é fundamental para a prevenção, o diagnóstico precoce e o manejo eficaz da doença.
A incidência do melanoma tem apresentado uma tendência de crescimento em diversas partes do mundo, refletindo mudanças nos hábitos de exposição solar e uma maior expectativa de vida.
Para o triênio de 2023 a 2025, o INCA estimou cerca de 8.980 novos casos de melanoma por ano no país, o que corresponde a um risco de 4,13 por 100 mil habitantes. Essa estimativa inclui 4.640 casos em homens e 4.340 em mulheres. É importante notar que a distribuição da incidência não é homogênea no território nacional, sendo as regiões Sul e Sudeste as que apresentam as maiores taxas, o que está associado à maior concentração de populações com ascendência europeia e, consequentemente, fototipos de pele mais claros.
Globalmente, a tendência de aumento é ainda mais acentuada. Projeções indicam que o número de casos anuais de melanoma no mundo poderá saltar de 325 mil em 2020 para cerca de 510 mil em 2040, representando um aumento projetado de 57%. Tais dados reforçam a necessidade de campanhas de conscientização e de estratégias de saúde pública focadas na prevenção primária.
O desenvolvimento do melanoma é multifatorial, envolvendo uma complexa interação entre predisposição genética e fatores ambientais. O principal fator de risco modificável é a exposição à radiação ultravioleta (UV).
A exposição à radiação ultravioleta (UV), proveniente do sol e de fontes artificiais como câmaras de bronzeamento, é o fator de risco mais significativo para a maioria dos melanomas. A exposição intermitente e intensa, que resulta em queimaduras solares graves (especialmente aquelas com bolhas e ocorridas na infância e adolescência), aumenta drasticamente o risco de desenvolvimento da doença ao longo da vida. O uso de câmaras de bronzeamento artificial é classificado como carcinógeno humano e está fortemente correlacionado ao aumento da incidência de melanoma.
A predisposição genética e as características físicas do indivíduo desempenham um papel crucial:
Outros fatores incluem a presença de nevos congênitos gigantes e a imunossupressão.
O estadiamento do melanoma é um processo crucial que define a extensão da doença no organismo, orientando as decisões terapêuticas e fornecendo informações prognósticas. O sistema mais utilizado é o TNM (Tumor, Linfonodo, Metástase) da American Joint Committee on Cancer (AJCC), que classifica a doença em Estágios Clínicos (EC) de I a IV.
O estadiamento baseia-se em três características principais do tumor primário e da doença sistêmica:
| Estágio Clínico (EC) | Extensão da Doença | Características Principais |
|---|---|---|
| EC I | Doença localizada (Melanoma fino) | Tumor primário fino (geralmente < 1,0 mm) ou com espessura intermediária, sem ulceração e sem disseminação para linfonodos ou órgãos distantes. |
| EC II | Doença localizada (Melanoma espesso) | Tumor primário mais espesso (geralmente > 1,0 mm) ou com ulceração, mas ainda restrito ao local de origem, sem disseminação para linfonodos ou órgãos distantes. |
| EC III | Doença Loco Regional | O tumor primário se espalhou para os gânglios linfáticos regionais (linfonodos) ou apresenta metástases de trânsito/satélite (lesões cutâneas ou subcutâneas entre o tumor primário e os linfonodos), mas não há metástase à distância. |
| EC IV | Doença Generalizada (Sistêmica) | Presença de metástase à distância (M), ou seja, o câncer se espalhou para órgãos internos como pulmão, cérebro, fígado ou linfonodos distantes. |
O tratamento do melanoma é altamente individualizado e depende fundamentalmente do estágio da doença, mas também de fatores como o estado geral de saúde do paciente e a presença de mutações genéticas específicas no tumor (ex: mutação BRAF). As abordagens podem ser divididas em tratamento cirúrgico (local) e tratamento clínico (sistêmico).
O tratamento cirúrgico é a espinha dorsal do manejo do melanoma, especialmente nos estágios iniciais.
O tratamento clínico é a principal estratégia para o Estágio III (adjuvante, após a cirurgia) e o Estágio IV (tratamento primário). As opções mais recentes e eficazes incluem Imunoterapia e Terapia-Alvo, que revolucionaram o prognóstico da doença avançada.
A imunoterapia utiliza medicamentos para estimular o próprio sistema imunológico do paciente a reconhecer e destruir as células cancerosas.
A terapia-alvo é utilizada quando o tumor apresenta mutações genéticas específicas, sendo a mais comum a mutação no gene BRAF (presente em cerca de metade dos melanomas).
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